Sleep Talks aborda sono e imunidade

Para falar sobre a importância do sono na consolidação da memória e outros temas, o neurologista Álvaro Pentagna participou, na noite de 1º de setembro, da Sleep Talks, série de lives voltadas à Medicina do Sono, transmitidas pela Associação Paulista de Medicina em seu Instagram

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Para falar sobre a importância do sono na consolidação da memória e outros temas, o neurologista Álvaro Pentagna participou, na noite de 1º de setembro, da Sleep Talks, série de lives voltadas à Medicina do Sono, transmitidas pela Associação Paulista de Medicina em seu Instagram.

“Estamos numa época de pandemia, com discussões amplas sobre vacinação e resposta imunológica. Perguntamos sempre o que podemos fazer para melhorar a nossa imunidade. Especialistas da área da saúde sempre recomendam ter uma alimentação equilibrada, descansar e dormir bem. No entanto, por que dormir faz melhor para nós em relação à nossa defesa?”, introduziu o especialista.

Pentagna explicou que o sono é regido pelo sistema nervoso central. “É importante mostrar como o sistema imune e nervoso central, apesar de serem estruturalmente diferentes, respondem a um estímulo externo. Outras partes do organismo não têm essa estrutura de perceber o externo, responder e gerar memória.”

O sistema nervoso central e o sistema imunológico “conversam” entre si através do eixo hipotálamo.  Já o sistema imune estabelece conexão com o sistema nervoso central por meio da produção das citocinas, quimiocinas, neuropeptídios e neurotransmissores.

“Quando há um quadro infeccioso no corpo, tanto o sistema nervoso central quanto o imunológico percebem o agente externo, respondem e regulam a resposta um do outro”, esclareceu o convidado.  

“Temos sistemas importantes que se conversam sob uma demanda circadiana, ou seja, nas 24 horas precisamos entender a influência das fases entre si”, sintetizou Andrea Toscanini, presidente do XVIII Congresso Paulista de Medicina do Sono e mediadora das reuniões virtuais.

Imunidade

O ritmo circadiano é responsável por controle da imunidade, diferenciação, maturação da produção e distribuição das células imunológicas no corpo, mobilidade e produção das citocinas e quimiocinas.

“Estudo informa que pessoas que dormem menos de 5 horas, a chance de ter uma infecção de via aérea superior é maior do que em uma pessoa que dorme mais de 5 horas. A concentração de anticorpos em grupo que dorme entre 6 e 7 horas é mais ou menos 50 vezes maior do que em grupo que dorme menos horas, ou seja, o sono é fundamental para uma boa resposta imunológica”, reforçou Pentagna.

O palestrante tratou de outro estudo apontando que, no decorrer da evolução dos mamíferos, havia maior variedade de células imunológicas naquelas que dormiam mais – o que lhes fornecia maior resistência aos agentes parasitas.

Como ele explicou, o sono é um estado fisiológico de modulação do sistema imunológico. Em outras palavras, dormir bem é importante para a consolidação de memória e agilidade de resposta de defesa. 

“Tudo que você faz no seu período acordado, durante o dia, influencia no período de sono noturno. Dormir é um processo que se inicia quando você acorda. E é importante frisar que não existe recuperação do sono. Se você não produziu anticorpo suficiente, dormindo bem durante a semana, por exemplo, não é no sábado que vai recuperar, não existe banco de horas para recuperação do sono”, concluiu Toscanini.

Sleep Talks

A próxima transmissão da série acontece em 15 de setembro, às 19h, com a presença da neurologista Rosa Hasan, esclarecendo diversas dúvidas referentes ao sono. No dia 29 de setembro, quem participa é o pneumologista Mauricio Bagnato, dando dicas para dormir melhor.

Todas as lives são realizadas pelo perfil oficial da APM no Instagram e contam com moderação de Andrea Toscanini, presidente do XVIII Congresso Paulista de Medicina do Sono.