Na última terça-feira, 15 de dezembro, o Comitê Científico de Sono da Associação Paulista de Medicina transmitiu, no YouTube da instituição, um warm up para o Congresso Paulista de Medicina do Sono 2021. Após meses realizando a Sleep Talks – série de lives sobre a área de atuação – o grupo decidiu antecipar aos médicos as novidades que estarão presentes no evento do próximo ano.
Andrea Toscanini, que presidirá a 18ª edição do Congresso, comandou o encontro virtual. Conforme introduziu, o evento já tinha, mesmo antes da pandemia de Covid-19, intenção de ser diferente dos que vinham sendo realizados, com uma estruturação mais dinâmica, voltada a todos os médicos e profissionais de Saúde interessados no tema.
“Com a pandemia, decidimos que será 100% on-line e gratuito. Serão dois dias de evento e médicos de qualquer especialidade, que exerçam clínica, estão convidados. Nossa intenção não é ter um Congresso muito especializado, mas sim apresentar os principais distúrbios do sono, mostrar a prevalência e a importância de saber reconhecê-los.”
Dia 1
O primeiro dia de atividades, segundo Erika Treptow, membro da Comissão Organizadora do Congresso, seguirá o caminhar de nossas vidas. “Sabemos que o sono muda completamente. Em termos de duração, de quantas horas precisamos dormir, dos efeitos do próprio ambiente no sono, dos tipos de doença que são mais frequentes etc.”, explicou.
Dessa forma, a pneumologista afirmou que o Congresso iniciará discutindo o sono na infância, buscando entender quais são as situações normais nesse período, os casos em que um especialista deve ser procurado e as dificuldades de estabelecer um padrão de sono para os pequenos.
“Depois, vamos partir para os adolescentes, abordando as vantagens e as desvantagens da tecnologia e como ela pode afetar o sono. Passaremos ao sono nos adultos, abordando as terapias mais atuais que existem para doenças como apneia e insônia. E, por último, falaremos dos idosos e as muitas variáveis acrescentadas a um sono que às vezes não é de qualidade tão boa”, completou a especialista.
Dia 2
A otorrinolaringologista Tatiana Vidigal indicou que o segundo dia do Congresso começará focando nos principais distúrbios do sono em termos de prevalência – apneia, insônia e síndrome do sono insuficiente. O intuito será abordar as consequências que essas condições trazem aos pacientes, em aspectos metabólicos, cognitivos e, entre outros, cardíacos.
Entrando na apneia do sono, segundo a especialista, haverá discussão sobre a diretriz de telemonitoramento do uso de CPAP. “Não temos dúvida que é um tratamento excelente para essa doença que acomete até 30% da população adulta de São Paulo. Mas, temos um grande desafio que é a adesão e a adaptação a ele”, antecipou.
Por fim, Alexandre Azevedo, psiquiatra, falou sobre as alterações na grade que permearão todo o evento. “Pensamos em uma estrutura para quebrar barreiras e rotinas. A primeira é que este Congresso será dirigido aos não-especialistas. Traremos para debater nas mesas os especialistas de áreas não especificamente relacionadas à Medicina do Sono, em um modelo de sala de estar.”
Segundo o especialista, também haverá apresentações formais, em que os palestrantes irão discutir os temas da Medicina do Sono de acordo com suas áreas de especialidade. “Mas o grande foco do evento é o debate, sempre baseado em evidências científicas, que permita uma discussão mais ampla. É uma forma de não-especialistas aprenderem a importância do sono na vida de seus pacientes”, completou Azevedo.