Oropouche: entenda origem, sintomas e tratamento

Bahia teve duas mortes entre maio e junho deste ano. Segundo o Ministério da Saúde, não há registros anteriores de morte pela doença na literatura médica

O que diz a mídia

O Brasil registrou duas mortes por febre do Oropouche na última semana. Até então, “não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbitos pela doença”, segundo o Ministério da Saúde.

As vítimas são duas mulheres, que morreram na Bahia, entre maio e junho deste ano. O estado enfrenta um surto da doença.

No Brasil, foram registrados 7.236 casos de febre do oropouche, em 20 estados brasileiros. Apesar das mortes no Nordeste, a maior parte dos casos está no Norte do país.

O que é a febre e quais seus sintomas

A Febre Oropouche é transmitida principalmente por mosquitos. Depois de picarem uma pessoa ou animal infectado, os mosquitos mantêm o vírus em seu sangue por alguns dias. Quando esses mosquitos picam outra pessoa saudável, podem passar o vírus para ela.

Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem dois ciclos de transmissão:

  1. Ciclo Silvestre: Neste ciclo, os animais, como bichos-preguiça e macacos, são os portadores do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem ser portadores do vírus. Mas o mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor nesse ciclo.
  2. Ciclo Urbano: Aqui, os humanos são os principais portadores do vírus. O maruim também é o vetor principal. Além disso, o mosquito Culex quinquefasciatus (o famoso pernilongo ou muriçoca), comum em ambientes urbanos, também pode ocasionalmente transmitir o vírus.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, os sintomas da doença são parecidos com os da dengue e da chikungunya:

  • dor de cabeça,
  • dor muscular,
  • dor nas articulações,
  • náusea
  • e diarreia.

Doença não tem tratamento

O diagnóstico da Febre do Oropouche envolve uma avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial. Além disso, todos os casos de infecção devem ser comunicados, pois a doença é de notificação obrigatória devido ao seu potencial epidêmico e capacidade de mutação, podendo representar uma ameaça à saúde pública.

Por isso, como clinicamente é difícil distinguir os seus sintomas com os da dengue, a vigilância epidemiológica (ações que promovem a detecção e prevenção de doenças) exerce um papel crucial no controle dos casos. O diagnóstico aumenta a suspeita clínica para outras doenças e permite uma análise laboratorial que pode revelar outras arboviroses, como a febre ou a dengue.

Se uma pessoa vem da região Norte do país, isso aumenta nossa suspeita não apenas de dengue, mas de outras doenças. É fundamental ter a informação sobre um surto de outra doença semelhante no país para que, ao atender alguém com sintomas sugestivos dessas doenças, possamos estar preparados.

— Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio-Libanês.

Embora a Febre do Oropouche (FO) possa causar complicações sérias, como meningite ou encefalite, que afetam o sistema nervoso central, esses casos são raros.

Apesar disso, a FO NÃO possui tratamento específico – assim como a dengue.

O Ministério da Saúde recomenda que os pacientes descansemrecebam tratamento para os sintomas e sejam acompanhados por médicos.

E para prevenir a doença, são aconselháveis as mesmas medidias de prevenção à dengue:

  • Evitar áreas com muitos mosquitos, se possível.
  • Usar roupas que cubram o corpo e aplicar repelente nas áreas expostas da pele.
  • Manter a casa limpa, eliminando possíveis locais de reprodução de mosquitos, como água parada e folhas acumuladas.

Fonte: G1.