Diretor da APM alerta sobre mudanças na CNRM e impactos na formação médica

Marcos Cabello enfatizou a necessidade de atenção em debate sobre impactos na formação médica e a importância de investimentos em saúde preventiva

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Na última quinta-feira, 6 de junho, Marcos Cabello, diretor de Comunicações da Associação Paulista de Medicina, participou do programa Informa Som, da rádio 94 FM Bauru. Durante a entrevista, Cabello expressou preocupações sobre as recentes mudanças na Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e seus potenciais impactos na formação de novos médicos no Brasil.

Cabello ressaltou que a formação médica exige um longo período de estudo e prática. “O curso de Medicina é um dos mais longos, com seis anos de graduação, seguidos por residência e especialização. A CNRM, responsável por coordenar essa formação, foi recentemente reestruturada e a reformulação pode comprometer a qualidade da Residência Médica”, explicou.

O diretor da APM criticou a decisão do vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, que assinou a mudança na CNRM (por meio do Decreto 11.999/24), afirmando que essa alteração representa uma grande ameaça ao programa. De acordo com Cabello, a mudança na composição da Comissão também coloca em risco a qualidade da formação dos médicos.

O médico ainda apontou a discrepância entre o número de formandos e as vagas de Residência disponíveis. “Temos cerca de 400 faculdades de Medicina no Brasil, formando aproximadamente 40 mil médicos anualmente, enquanto as vagas de Residência são ociosas. Isso resulta em uma geração despreparada e desmotivada”, alertou.

Ele enfatizou que, embora a população não perceba imediatamente a má formação dos profissionais, as consequências serão sentidas no longo prazo. “A má formação médica se refletirá na qualidade do atendimento à população em 15 ou 20 anos”, afirmou.

Além das preocupações com a formação médica, Cabello discutiu a importância da vacinação e da estrutura do Hospital das Clínicas (HC) de Bauru. Ele destacou que a saúde pública deve priorizar a prevenção, como a vacinação, para evitar complicações mais graves e onerosas no futuro.

Sobre o HC, ressaltou os esforços para qualificar a instituição, que conta com 22 docentes de renome e 80 preceptores. “Quando uma instituição de Saúde conta com professores ensinando, a qualidade do atendimento melhora significativamente”, concluiu.

Foto: Divulgação.