ONTEM (2 DE MARÇO), pela manhã, estive presente na abertura do programa de Residência Médica do Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Certamente o maior e um dos melhores programas de formação de especialistas de nosso País. Frente a tantas centenas de jovens médicos atentos, prestes a iniciarem esta nova etapa da formação, veio-me à mente uma questão: O que lhes desejamos e quais esperanças neles depositamos?
Que lhes seja preservada a sua saúde. Eles precisarão dela e nossa saúde precisa deles. Seremos e nossos filhos serão seus pacientes. A eles transferiremos o cuidado dos que ora cuidamos. Foram bem escolhidos e lhes é dada toda oportunidade. Que façam dela proveito. A eles caberá manter acesa a chama da Compaixão, da Ciência e da Ética Médica, visto que muito breve nos sucederão e conduzirão a profissão médica. E que sejam felizes!
Maiores e melhores que venham a ser as expectativas de cada um deles, tenho certo que serão de largo logo ultrapassadas.
Terão eles, naquela instituição, cenário de prática inexcedível, orientação precisa e exemplos em quem possam plasmar suas atitudes, bons pares com quem compartilhar conquistas e insucessos.
Vejo-os a assumir crescentes responsabilidades, sentindo o peso de cada decisão; enfrentando a cada passo dificuldades pequenas e grandes. Já ouviram falar de algumas delas, porém outras lhes serão totalmente inusitadas. Entre erros e acertos, farão tantas descobertas e consolidarão imenso conhecimento. Viverão a cada minuto experiências novas. Em vertiginosa sucessão, elas lhes deixarão marcas indeléveis.
Sentir-se-ão todos os dias diferentes do que foram na véspera. Na “residência”, tem-se um médico no início do plantão e outro ao final. Inevitavelmente cansado, às vezes machucado, mas sempre maior.
Terão alguns deles dúvidas sobre seu sucesso profissional? Eu não tenho.
