Caracterizada pelo pioneirismo inovador, a Escola Paulista de Medicina é uma das mais tradicionais instituições de ensino do País. No último ano, a entidade completou nove décadas desde a sua fundação, representando um grande marco para a Medicina nacional, uma vez que a EPM, por meio de sua excelência na pesquisa e prática clínica, foi responsável por formar célebres profissionais.
A fim de celebrar os 90 anos de atuação desta estimada faculdade, a Academia de Medicina de São Paulo promoveu na sexta-feira, 10 de maio, uma sessão solene para relembrar a trajetória da EPM. O evento foi realizado na sede da Associação Paulista de Medicina, reunindo acadêmicos, docentes e ex-alunos.
O presidente da AMSP, Helio Begliomini, manifestou a satisfação por coordenar um evento deste porte. “Eu queria dizer que este encontro foi organizado por uma comissão de ex-alunos da insígnia Escola Paulista de Medicina. A função da Academia de Medicina de São Paulo foi apoiar e ser coordenadora dos trabalhos, talvez por ser um pouco mais antiga e também porque a maior parte daqueles que vão aqui se apresentar, são também membros desta secular entidade.”
Marimélia Aparecida Porcionatto, vice-diretora da EPM, relembrou que a instituição é uma das mais produtivas do Brasil, destacando que, desde a sua fundação, a comunidade da Escola teve a visão de eficiência na Saúde – que só seria alcançada pela diversidade na formação de profissionais competentes. “O impacto positivo da EPM vai além das salas de aula e laboratórios. Nossa instituição ajudou a criar centros de referência que são testemunho de nosso comprometimento com a excelência, a inovação e a melhoria contínua dos cuidados com a Saúde.”
Apresentações
José Luiz Gomes do Amaral deu início às apresentações, falando sobre “A história da Escola Paulista de Medicina”. O desenvolvimento da EPM surgiu em um momento em que urgia a necessidade de preencher a carência da população por assistência médica, já que, naquela época, muitos estudantes paulistas cursavam a graduação fora do estado, além de almejarem replicar o sucesso da Faculdade de Medicina de São Paulo em uma instituição distinta. “Nós havíamos experimentado, com o sucesso da Faculdade de Medicina de São Paulo, o desafio em busca pela qualidade. Portanto, fazia-se necessário ampliar aquele potencial bem representado do paulista na Medicina.”
Em seguida, Walter Manna Albertoni falou sobre “A transformação da Escola Paulista de Medicina em Universidade”. Recordando que apesar da bonita história da instituição, ela passou por uma série de dificuldades em aspectos administrativos e políticos, como dissolução da Unifesp e cassação do então reitor, Marcus Lindenberg, em 1964 – mas que, mesmo diante das adversidades, conseguiu se reerguer. “A Universidade Federal de São Paulo tornou-se uma universidade multi campi e plena, abrangendo diversas áreas do conhecimento, além da Saúde.”
Rui Maciel foi responsável pela palestra “Pesquisa na Escola Paulista de Medicina”. Em sua opinião, uma das coisas que mais fazem com que a EPM tenha protagonismo na área da pesquisa é o fato de a fundação da instituição ter sido elaborada por pessoas muito jovens – a média das faixas etárias era de 34 anos. “Temos um campus urbano, que permite o contato contínuo, troca de ideias e compartilhamento de experiências. É toda uma longa história que faz com que tenhamos essa posição proeminente. Acredito que muitos aqui hoje presentes permitiram que a EPM se tornasse um centro de pesquisa reconhecido nacional e internacionalmente.”
Emilia Sato, reconhecida por ter sido a primeira diretora mulher da instituição, discorreu sobre a associação “Amigos da Escola Paulista de Medicina”, que surgiu em 2019. Ela se constitui em um fundo patrimonial que busca contribuir para o desenvolvimento humano, da Ciência e da Medicina por meio de apoio às atividades de educação da comunidade EPM. “Há uma comissão que avalia exatamente o valor dos projetos, como influenciam e que benefícios vão trazer. Não são projetos voltados para a Fapesp, mas sim, sobre qual retorno trarão para a comunidade.”
Por fim, Helio Begliomini fez uma interface entre os 90 anos da Escola Paulista de Medicina e a Academia de Medicina de São Paulo, relembrando que a maior parte dos fundadores da instituição foram membros da AMSP – muitos deles, inclusive, chegaram a se tornar presidentes. “Temos 130 patronos, destes, 21 têm relação com a Escola Paulista de Medicina. Setenta e nova titulares da Academia que atuaram ou se graduaram na EPM; 10 titulares que se pós-graduaram na Escola, inclusive eu; e nove presidentes da AMSP que atuaram ou se graduaram lá, relembrando que dos nossos quatro últimos presidentes, todos vieram da Escola Paulista de Medicina.”
Fotos: Alexandre Diniz