Na última quarta-feira, 9 de dezembro, o programa Música nos Hospitais, em sua terceira apresentação da temporada 2020/2021, foi transmitido virtualmente nos corredores do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).
Em razão da pandemia de Covid-19, a 14ª temporada do projeto tem ocorrido de forma híbrida. A Orquestra do Limiar se reúne na sede da Associação para a apresentação, que é transmitida ao vivo, via YouTube, aos pacientes, acompanhantes, médicos e outros profissionais das instituições, por meio de televisores e projetores.
“O Música nos Hospitais já tem tradição no Icesp. Este ano, tivemos que nos reinventar devido à Covid-19. A Orquestra, regida pelo colega médico Samir Rahme, sempre esteve presencialmente nos corredores e halls da instituição, mas este ano será transmitida por vídeo em todas as áreas do hospital. De modo que todos nós, colaboradores, médicos e, principalmente, pacientes, poderemos acompanhar essa música e estarmos junto à Orquestra novamente”, disse Ivan Cecconello, presidente do Conselho Diretor do Icesp, em vídeo transmitido antes da apresentação.
Em mensagem gravada especialmente para as transmissões, o presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, agradeceu o maestro e médico Samir Rahme, os músicos e toda a equipe de colaboradores da Associação que garantiram, sem alteração, os propósitos iniciais do projeto, mesmo a distância. “Ou seja, amenizar a atmosfera do ambiente hospitalar, por meio do contato de pacientes e seus familiares, médicos e demais profissionais de Saúde, com a arte e a cultura, neste caso, com concerto musical erudito instrumental. Tem-se aqui o desafio de manter a qualidade da apresentação e observar as medidas recomendadas para limitar o contágio do vírus”, destacou.
Ao iniciar o concerto, Samir Rahme lembrou que essa é a sexta apresentação no Icesp, pela primeira vez realizada de forma on-line. “Agradeço ao Ivan Cecconello pelo envolvimento do hospital. Vamos levar um programa muito bonito, neste ano tão importante em que a APM, criadora do Música nos Hospitais, faz 90 anos. Posso dizer que o departamento Cultural não mediu esforços para fazermos um programa e levarmos aos hospitais”, introduziu o maestro, antes de abrir a apresentação com uma composição de Johann Sebastian Bach.
Além do músico alemão (1685-1750), a Orquestra do Limiar tocou compositores como Antonio Vivaldi (1678-1741), Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Johannes Brahms (1833-1897), Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Beatles, Tom Jobim (1927-1994), Astor Piazzolla (1921-1992), César Guerra-Peixe (1914-1993), Clovis Pereira (1932) e Aaron Copland (1900-1990).
Após uma sequência de Mozart e Beethoven, Samir Rahme falou sobre as sensações que causa cada compositor. “Sempre perguntei o que sentiam ao ouvir Mozart. A resposta era sempre a mesma: vontade de dançar. Já Beethoven, a vontade não é de dançar, mas mexe com nossas vontades. Talvez um mexa mais com o sentimento, outro com a vontade. Sempre falo com quem está para baixo, preocupado com a pandemia, sem acesso social: não pode visitar pessoas? Visite Beethoven e Mozart, eles têm muito para dar para gente. Ajudam nossa imunidade e humor.”
Idealizado e realizado desde 2004 pela Associação Paulista de Medicina, o Música nos Hospitais tem o patrocínio, pela segunda temporada consecutiva, do Aché Laboratórios, por meio da Lei de Incentivo à Cultura – Programa Nacional de Cultura (Pronac), da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo.
As próximas instituições a receberem o projeto serão o Hospital Infantil Cândido Fontoura (16/12, às 12h) e o Conjunto Hospitalar do Mandaqui (17/12, às 18h30).
Orquestra do Limiar
Criada em 2002 pelo maestro e médico Samir Rahme, formado em Composição e Regência na Unesp. Fez sua estreia em um simpósio médico realizado na Sociedade Antroposófica, em São Paulo. Desde a sua criação, sob o lema “Música para a Alma”, vem apresentando concertos de música instrumental e erudita em congressos, eventos e hospitais, permitindo a milhares de pessoas a oportunidade de entrar em contato com obras clássicas, elevando, dessa forma, seu estado de espírito com o poder curativo da música.
Regência: Samir Rahme
Spalla: Marcos Scheffel
Violino I: Mariya Krastanova, Gabriel Gorun, Paulo Moura Silva e Ricardo Sanzine
Violino II: Kleberson Buzo, Leticia Andrade, Jair Guarnieri e Tiago Paganini
Viola: Elisa Monteiro e Daniele Benedecte
Violoncelo: Mayara Alencar e Fabio Petrucelli
Contrabaixo: Thiago Hessel