A Associação Paulista de Medicina vem a público manifestar sua crítica ao cancelamento da posse dos 140 médicos residentes do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe), que deveria ter ocorrido na última sexta-feira, 1º de março. A determinação partiu da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), em vista de supostas irregularidades nas provas de residência realizadas em 7 de janeiro.
Ainda que a convocação dos primeiros aprovados na prova tenha ocorrido já no início de fevereiro, a decisão da CNRM foi tomada apenas poucos dias antes da posse dos médicos residentes – dos quais muitos já haviam cuidado de mudanças de cidade e recusado outras propostas de trabalho e especialização.
Em nota oficial, a Comissão de Residência Médica do Iamspe manifestou que “independentemente da ausência de questões de Medicina Social, temos a certeza de que todo o processo seletivo ocorreu dentro dos mais elevados processos de organização, lisura e eficiência, garantindo a cada candidato oportunidades iguais e assim, dessa forma, aprovando aqueles com melhor perfil para especializar-se no atendimento de pacientes portadores de doenças crônicas e degenerativas, independentemente de sua área de atuação”.
Em depoimento que circula na internet, Marina Borges Petersen, uma das médicas afetadas pela decisão, expressa que “a anulação do processo seletivo é uma decisão administrativa injusta, irracional e cruel, que não só evidencia o desrespeito com todo o processo seletivo, que ocorreu de maneira igualitária para todos os candidatos, sem violações que beneficiassem qualquer parte, como também destruiu nossos sonhos de cursar uma residência médica em um serviço respeitado e que atende milhares de pessoas dos mais diversos municípios e demandas”.
A CNRM solicita a realização de uma nova prova, e o Iamspe busca a manutenção da prova realizada em janeiro, bem como a posse dos residentes – por meio de medidas judiciais e administrativas.
A APM reitera que os médicos aprovados no processo de residência não podem ser penalizados, e que o cancelamento da posse trará grandes prejuízos tanto a eles quanto à população, que vai ficar desassistida. Com 700 leitos, o Iamspe oferece atendimento para aproximadamente 1,2 milhão de usuários.
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