Na noite do dia 27 de novembro, a Academia de Medicina de São Paulo diplomou, em sessão solene de posse, seus novos membros eméritos e honorários. O evento, realizado na sede da Associação Paulista de Medicina, foi mediado pelo presidente das duas instituições, José Luiz Gomes do Amaral.
“Há quase 90 anos, a Associação Paulista de Medicina nasceu da Academia de Medicina de São Paulo”, rememorou o vice-presidente da APM e acadêmico Akira Ishida, à mesa de abertura. Já o secretário geral da AMSP, Paulo Manuel Pêgo Fernandes, reiterou que a solenidade revitaliza o próprio movimento médico. “Por isso, nada mais simbólico do que realizar este evento entre a Associação e a Academia.”
O diretor de Comunicação da AMSP, Helio Begliomini, fez o discurso de saudação dos membros titulares que passaram a eméritos. “O vocábulo tem sua origem na palavra latina emeritus. Dentre as várias percepções, tem-se veterano, alguém que exerceu durante muito tempo e de forma destacada uma atividade, um ofício, uma profissão, mas também é sinônimo de vitorioso, alguém que tem seus méritos, dedicação e expertise, tornando-se sábio e respeitado pelos seus feitos. Em decorrência, galgou a glória do prestígio e da fama; portanto, ser emérito é ser ilustre, notável, nobre, brilhante, iminente, insigne, célebre, egrégio, ímpeto”, destaca.
Ao fazer uma síntese histórica da diplomação, ele informa que para o membro titular ocupar a cadeira de emérito precisa completar 20 anos de Academia. “O membro titular que passa a ser emérito continuará a ocupar a mesma cadeira vitaliciamente, sendo mantido os mesmos direitos e prerrogativas dos titulares. Essa honrosa distinção não ocorre apenas por estarem no sodalício, mas por manter uma vida ética, exemplar e repleta de feitos. Os ilustres homenageados fizeram jus à distinção que receberão”, acrescenta Begliomini.
Membros Eméritos
Receberam as insígnias os acadêmicos Demerval Mattos Júnior (cadeira nº 109, cujo patrono é Antonio Bernardes de Oliveira); Eulógio Emílio Martinez Filho (cadeira nº 46, cujo patrono é Carlos Chagas); Fabio Ferraz do Amaral Ravaglia (cadeira nº 118, cujo patrono é Ernesto de Souza Campos); Guido Arturo Palomba (cadeira nº 1, cujo patrono é Luiz Pereira Barreto); Munir Miguel Curi (cadeira nº 14, cujo patrono é Victor Spina); Paulo Manuel Pêgo Fernandes (cadeira nº 102, cujo patrono é Antônio de Almeida Prado); Renato Andretto (cadeira nº 12, cujo patrono é Alípio Corrêa Netto); e Roberto Costa (cadeira nº 87, cujo patrono é Aníbal Cipriano da Silveira Santos).
“A emerência não é um título que se disputa nem que se galgue por merecimento ou bravura, mas é um marco de que você já caminhou mais de dois decênios nos jardins da Academia. Permitam-me em nome dos novos eméritos cumprimentar os também novos membros honorários, Luiz Roberto Colombo Barboza e Jorge Alberto Costa e Silva. Somos todos doravante e caminheiros de uma mesma rota, na marcha dos ideais acadêmicos, os únicos que conseguem vencer no tempo e dar beleza à correnteza da vida”, discursou o acadêmico Guido Arturo Palomba, diretor Cultural e novo membro emérito da AMSP.
Membros honorários
Em seguida, o acadêmico Rubens Belfort Mattos Junior apresentou os currículos dos médicos Jorge Alberto Costa e Silva e Luiz Roberto Colombo Barboza, que assinaram o termo de posse e receberam a pelerine, medalha e diploma de novos membros honorários da AMSP. “Luiz Roberto Colombo Barboza e eu temos uma série de afinidades, dentre elas, nos formamos na Escola Paulista de Medicina. Sempre se destacou com suas atividades sociais, além das médicas/oftalmológicas. Encontrou com carinho suas atividades, desde o tempo do Projeto Condor, quando começou a fecundar o território nacional com o sucesso de regiões mais desenvolvidas do País.”
Além da Oftalmologia, Barboza promoveu inúmeras atividades de ensino, extensão e núcleos de ensino, atribuindo um enorme número de pacientes. “Sua biografia mostra o reconhecimento da sociedade, especificamente da comunidade de Santos”, informou Belfort.
Luiz Roberto Colombo Barboza agradeceu a honraria e saudou os colegas. “Quero dizer que a gratidão é um dos sentimentos mais nobres do ser humano. Agradeço a Deus sim por me proporcionar tantas qualidades, conquistas e alegrias ao longo da minha vida. Agradeço o presidente da Academia, José Luiz Gomes do Amaral, e sua equipe por me escolher como membro honorário. Quero dizer que esta congregação consolida as maiores conquistas da prática médica brasileira. Sinto orgulho e honra como membro honorário da Academia de São Paulo, desejando aos futuros médicos que semeiem o amor ao próximo, trabalhando incansavelmente.”
Jorge Alberto Costa e Silva se formou pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. “Teve um trajeto diferente, isso mostra a riqueza da nossa Academia, onde dentro da excelência se consegue tanta diversidade. Talvez pela própria estrutura familiar, seu tio-avô foi Prêmio Nobre de Literatura, seu pai médico e sua mãe artista, uma riqueza e inquietude cultural invejável. Aos 43 anos, já era membro da Academia Nacional de Medicina. Desde então, continua a cada dia a viver e conviver com suas grandes paixões profissionais: os pacientes, os alunos e as pesquisas”, resumiu Rubens Belfort.
“É um prazer e uma honra, como presidente da Academia Nacional de Medicina do Rio de Janeiro, em nome de outros colegas acadêmicos, estar aqui em São Paulo para receber esse importante título da Academia paulista, pois tem um significado muito grande no mundo inteiro essa formação de grupo seleto de profissionais de diversas áreas”, agradeceu Silva.
Ele também reforçou a importância de se tornar membro: “Persigo a Academia e ela me persegue hoje. Ser honorário é o título mais importante que se possa ter, tanto que não se candidata, é escolhido. Coisas boas como esta, vindas do nada, para mim são muito mais importantes do que as que eu luto para conquistar.”
Por fim, Amaral encerrou o evento: “Molière é o que pensamos, a honraria que nos faltava a ter. Caríssimo Jorge Alberto Costa e Silva, ouvir você dizer sobre receber um reconhecimento sem esperar me bateu a seguinte ideia: ‘Os acadêmicos tornam-se acadêmicos sem esperar, mas as Academias desde sempre esperavam por nós’”.