Na última terça-feira, 3 de outubro, o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral, participou de um evento realizado pelo Brazil Journal, no qual falou sobre gestão de Saúde nas empresas e os desafios de acesso e custos.
O tema central do encontro foi “Negócios em Saúde: Sustentabilidade Econômica, Tecnologia e Acesso”, reunindo especialistas do setor e representantes de grandes instituições. No painel de debate, Amaral juntou-se ao diretor do Hospital Sírio-Libanês, Daniel Greca, e ao fundador e CEO da Fiibo, Ítalo Martins.
Em relação aos cursos de Medicina no Brasil, o presidente da APM salientou que, todos os anos, as faculdades e universidades abrem aproximadamente 40 mil novas vagas. Porém, para os programas de especializações, existe algo em torno de 50 mil vagas, o que é considerado pouco.
Segundo ele, esse número não é suficiente porque os programas de especialização duram em média dois anos e meio, por este motivo, seria necessário algo em torno de 110 mil vagas anualmente em residência médica e especialização; sendo este um dos fatores que explicam a falta de especialistas, como o geriatra, por exemplo.
Fazendo uma correlação do título central da reunião com o tópico Saúde, Amaral destacou: “Acredito que a Saúde tende a obedecer a três pilares da Medicina. O primeiro é a vontade de atender as pessoas, solucionar o desconforto de cada um; a segunda questão é a utilização da Ciência como uma ferramenta essencial em todas as nossas ações, mas nem sempre nós fazemos isso; e em terceiro lugar é respeitar os princípios éticos, que são fundamentais nesse setor [Negócios em Saúde], porque eles é que farão com que esses interesses sejam nivelados”.
De acordo com o presidente da APM, é imprescindível e de grande importância uma aproximação da saúde suplementar com a pública, pois essa parceria unificaria uma linha de cuidado para todas as doenças e casos clínicos. “Nós precisaríamos deixar isso acordado, temos que ter objetivos relativamente comuns.”
Concluindo a sua participação no evento, José Luiz Gomes do Amaral salientou: “O que faz com que um médico defina o seu projeto de vida é a possibilidade de ter satisfação, e não me refiro apenas à satisfação financeira; pois a principal satisfação é a de saber o que é uma boa prática e poder realizá-la, então, se há limitações para que os profissionais exerçam essas boas práticas, eles acabam ficando frustrados”.
Fotos: Divulgação / Reprodução evento