Na última quarta-feira (9), a Academia de Medicina de São Paulo e a Associação Paulista de Medicina promoveram mais uma Tertúlia Acadêmica, na qual foi apresentada “A História da Medicina em fotos”, de forma on-line.
A Medicina está em constante evolução, seja para a cura de novas doenças, avanço em tratamentos ou formas de exercer a profissão, mas nem sempre foi assim. “Cada foto da coleção caracteriza uma descoberta e um avanço da Medicina para doenças que na época eram desconhecidas”, abriu Olavo Pires de Camargo, acadêmico e palestrante da Tertúlia.
Em cada fotografia, foi possível ver os primórdios da profissão, como doenças foram descobertas, formas usadas para tratamento e equipamentos de instrumentação das civilizações antigas, métodos que são estudados até hoje.
Entre os grandes acontecimentos que marcaram a humanidade, Camargo relembrou a Peste Negra ou Peste Bubônica, a pandemia mais devastadora já registrada: “Os médicos naquela época faziam o que podiam, usavam máscaras bico de papagaio e unguento pra tentar atender pacientes e se proteger”, afirma.
Ele explicou que, no tempo antigo e atualmente, algumas coisas ainda continuam as mesmas, como a hierarquia de atendimento. Pessoas nobres ou com boas condições financeiras tinham atendimento com prioridade, além disso, o profissional recebia um valor superior em comparação a serviços prestados a pessoas de classe baixa.
Também foram passadas informações de como a profissão era exercida no período primitivo, quando ocorriam rituais, danças, consumo de drogas e transes, a fim de melhorar aspectos físicos e mentais do paciente, uma possível origem da psicoterapia.
Grandes nomes da Medicina
A coleção retrata em gravuras grandes feitos, nomes e instituições que ajudaram a revolucionar a Medicina, que são e serão referência para a geração atual e futura de profissionais da área.
O acadêmico prestou homenagem a esses profissionais lembrados e reverenciados até hoje por buscarem inovação nos tratamentos de doenças que na época eram desconhecidas “Sempre vai existir um médico preocupado e procurando respostas ao lado do paciente. Naquele tempo, passava-se horas olhando exames, pois não havia a tecnologia de hoje. Admiro muito o empenho dos profissionais do passado para buscarem a melhoria ao paciente”, complementa.
Cláudio Galeno, Paracelso, William Harvey, Lavoisier, Philippe Pinel e Johns Hopkins foram alguns dos muitos nomes citados, considerados como pais de várias especialidades: “São heróis da época que devem ser sempre lembrados, como a presença do médico perante a dor do paciente e que se entrega de corpo e alma. Talvez, nem se compare ao que fazemos hoje, por toda inovação e dedicação”.
Ao final da tertúlia, José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM e da AMSP, fez um breve agradecimento à Olavo e à Academia. “Foi um imenso prazer voltar a alguns milênios gloriosos dos avanços médicos. Espero que no segundo semestre de 2021 possamos nos encontrar presencialmente, para compartilhar experiências e voltar ao convívio direto. Vivemos momentos interessantes na pandemia, com todos os recursos que temos, e certamente caminhos melhores serão encontrados” finalizou.