Boletim aponta quase 400 casos de doença de Haff no Brasil

Entre os dois anos de monitoramento, foram notificados 391 casos da patologia no Brasil, o que representa um aumento de 57,2%

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Na última semana, o Ministério da Saúde publicou mais um Boletim Epidemiológico, que trata da Situação epidemiológica da doença de Haff no Brasil, 2021 e 2022, entre outros temas. “A doença de Haff, ainda de etiologia desconhecida, é uma doença rara, caracterizada por uma condição clínica que desencadeia um quadro de rabdomiólise de origem desconhecida, após o consumo de pescados nas últimas 24 horas do início dos sinais e sintomas”, destaca o documento.

Entre os dois anos de monitoramento, foram notificados 391 casos da patologia no Brasil, o que representa um aumento de 57,2% no número geral de casos compatíveis com a doença entre os dois anos e um aumento no número de notificações de casos a partir do início do segundo semestre, com destaque para o mês de setembro em ambos os anos.

Segundo o Boletim, a Região Sul não notificou casos compatíveis com a doença, entretanto, as Regiões Norte (83,1%) e Nordeste (15,3%) apresentaram maior frequência de notificação. Houve registro de casos em 13 unidades federativas.

Na Região Norte, o maior número de ocorrências foi no Amazonas, com 179 casos compatíveis com a doença, 45,8% do total; em segunda e terceira posição, ficaram Pará (29,7%) e Amapá (7,2%), respectivamente. No Nordeste, Bahia e Ceará aparecem logo em seguida, cada um com 5,9% dos supostos casos da doença de Haff.

Características

Os principais sinais e sintomas relatados, e que apresentaram maior frequência, foram mialgia intensa, 82,8% das pessoas apresentaram o sintoma; náuseas (58,1%), fraqueza muscular (52,6%) e urina escura (51,3%). Em alguns indivíduos (6%) houve relato de febre, ainda que este não seja um sintoma ligado diretamente ligado à doença.

Observa-se que pouco mais de 50 casos foram notificados em pessoas do sexo masculino de 50 a 59 anos; aproximadamente 40 casos para indivíduos de 40 a 49 anos e acima de 60 anos. Se tratando do sexo feminino, a colocações são semelhantes, porém, os casos compatíveis com a doença de Haff para este grupo apontaram pouco mais de 30 casos para a faixa etária de 50 a 59 anos; e para as classes de 40 a 49 anos e grupos acima de 60 anos, houve a ocorrência de 25 casos.

Entre as 262 internações nos anos de pesquisa, 9 terminaram em óbito. E a maior quantidade de hospitalização foi em pacientes do sexo masculino (59,5%), nas faixas etárias entre 50 e 59 anos.

Fatores associados à doença

O Boletim Epidemiológico aponta ainda que os registros se referem a casos com histórico de consumo de pescado nas regiões com maior quantidade de ocorrências, visto que isso explicaria que os registros realizados pelo estado de São Paulo se referem a históricos de consumo de pescado proveniente do estado do Amazonas.

Os principais pescados com relação à doença são os de água doce: pacú (49,2%) e tambaqui (26,0%); e de água salgada, arabaiana (4,4%), badejo (3%) e olho de boi (1,9%).

A distribuição dos casos compatíveis com a doença de Haff por local de aquisição do produto: 42,6% foram obtidos em feira livre, 26,2% em pesca de subsistência, 17,6% em mercado de peixe, 12,1% em peixarias e 1,6% em restaurantes.