Global Summit: Warm up com estudantes debate transformações no atendimento remoto

A Telemedicina passa por um grande momento de transformação. Diante da crise desencadeada pela Covid-19, o isolamento social - prática adotada por muitos países - estabeleceu mudanças rápidas e significativas nas relações cotidianas

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A Telemedicina passa por um grande momento de transformação. Diante da crise desencadeada pela Covid-19, o isolamento social – prática adotada por muitos países – estabeleceu mudanças rápidas e significativas nas relações cotidianas. Considerando esse cenário, o atendimento médico virtual tem se tornado um procedimento essencial para reduzir a circulação de pessoas e a exposição ao vírus.

Para falar sobre essas mudanças, na noite da última segunda-feira (18), foi realizado mais um Warm Up, evento de aquecimento do Global Summit Telemedicine & Digital Health – evento da Associação Paulista de Medicina que terá sua segunda edição entre os dias 13 e 15 de outubro deste ano, no Transamerica Expo Center. O Warm Up ocorreu de forma on-line e foi dirigido especialmente a estudantes de Medicina, contando com a participação de mais de 250 pessoas.

“Em apenas 45 dias, houve uma evolução em termos de leis e de regulamentação, o que não aconteceu em 18 anos, desde 2002”, ressaltou o professor Associado e chefe da Disciplina de Telemedicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Chao Lung Wen, ao citar a Lei 13.989/2020, a Portaria do Ministério da Saúde 467/2020 e o Ofício do Conselho Federal de Medicina 1756/2020, que autorizaram o uso da Telemedicina enquanto durar a pandemia.

O CEO do Edumed Institute for Education in Medicine and Health, Renato Sabbatini, reforçou que o caráter excepcional dessas permissões – com a ampliação da utilização da metodologia em curto espaço de tempo – foi um grande divisor de águas entre Telemedicina antes e depois do novo coronavírus.

“Ela nunca foi proibida de ser exercida, a exemplo de alguns dos seus ramos, como telecardiologia, teleradiologia e teledermatologia, permitidos pelo Conselho Federal de Medicina desde 2002. A teleconsulta era o único item impedido pela resolução. Mesmo assim, permitia-se dentro de algumas condições, entre as quais em casos de emergência. Hoje, há pelo menos uma parte significativa de médicos realizando a teleconsulta. Houve uma explosão enorme pelo interesse da tecnologia, do certificado e da receita digital”, complementa.

Necessidades

Daí a importância, segundo Sabattini, de as faculdades de Medicina incluírem obrigatoriamente em sua grade curricular o curso de Telemedicina. “Sempre ensinei e espero ter influenciado muitos alunos a favor de aceitar e compreender como a tecnologia deve ser feita. No passado, o Global Summit trouxe uma bela pesquisa elaborada pela APM com os seus associados, demonstrando que os médicos não são contra a tecnologia, pelo contrário, todos querem usá-la. Mas tem de entender como se faz.”

O médico de Família e facilitador da equipe de Inovação da Teladoc, Henrique Lemos, acredita que a falta de informação de outrora, não só dos médicos, como da população em geral, está sendo reduzida hoje, com a crise sanitária. “Tive contato com colegas médicos que repudiavam e que agora estão diante da necessidade de abrir plataformas, compreender e estar por dentro das regulamentações. Como o professor Sabattini mencionou, precisamos ir mais a fundo e as sociedades precisam organizar seus protocolos.”

Com precisão, no dia 12 de março deste ano, o médico do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein Carlos Pedrotti recorda a aceleração enorme, duplicando necessariamente os atendimentos remotos de um dia para o outro. Isso fez com que a instituição passasse a se adaptar urgentemente às demandas, que atualmente geram 40 vezes mais atendimentos em comparação à realidade antes do novo coronavírus.

“A Covid-19 realmente serviu como um catalisador dessa situação, mais do que uma razão, tornou-se uma rampa que fez com que as discussões se acelerassem, ou seja, já vinha em uma crescente, embora lenta comparada a outros países, como Estados Unidos e Inglaterra, e agora foi impulsionada”, argumenta Pedrotti.

O encontro virtual foi mediado pelo diretor de Tecnologia da Informação da APM e presidente do Comitê Organizador do Global Summit Telemedicine & Digital Health, Antonio Carlos Endrigo; pelo presidente do Conselho Curador do GS, Jefferson Gomes Fernandes; e pelo CEO da Health Innova Hub, Fernando Cembranelli.