Foi dada a largada para a quinta edição do Global Summit Telemedicine & Digital Health APM. Este ano, o maior evento de Telemedicina e Saúde Digital da América Latina acontecerá nos dias 20, 21 e 22 de novembro, no Centro de Convenções Frei Caneca. O local também foi palco do lançamento comercial do evento da Associação Paulista de Medicina, na última quinta-feira, 2 de março.
Abrindo a solenidade, o presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, relembrou que mesmo diante das diversas adversidades trazidas pela pandemia de Covid-19 e o seu consequente isolamento social, o Global Summit pôde se manter firme, aproveitando os ensinamentos de um período de tantas incertezas para, assim, evoluir e se aprimorar.
“O evento foi idealizado pela Associação Paulista de Medicina e começou motivado por uma série de debates voltados para a Telemedicina. Acredito que nestes quatro anos, conseguimos recuperar muito do tempo que foi perdido nas últimas décadas. Em nosso Instituto de Ensino Superior, também temos uma série de programas de capacitação e formação de profissionais nas áreas de Telemedicina e de Telessaúde, portanto, estamos profundamente envolvidos nesse processo”, relatou Amaral.
As quatro primeiras edições do Global Summit Telemedicine & Digital Health totalizaram 558 palestrantes, 325 horas de conteúdo, 63 países participantes, 167 marcas de apoio e mais de 5.900 congressistas. Sendo a Saúde Digital uma tendência do mercado para os próximos anos, de acordo com a empresa Statista – focada em análises de informações setoriais – é esperado que a receita cresça 10,8% nos próximos quatro anos, almejando uma participação de cerca de 4,71 bilhões de dólares.
O presidente do Congresso, Jefferson Gomes Fernandes, relembrou que cada uma das edições anteriores se viu diante de grandes desafios. O evento, que já foi realizado no formato presencial, on-line e híbrido, se destaca por sua alta relevância, uma vez que a discussão acerca da Saúde Digital é de grande abrangência e vem evoluindo exponencialmente, especialmente no contexto da pandemia de Covid-19.
O segmento traz grandes benefícios para a população e para os sistemas de Saúde – sejam públicos ou privados – e é fundamental que o conhecimento e a prática estejam sempre em constante evolução. Por isso, o Global Summit se configura como uma oportunidade para compartilhar conhecimentos, experiências e visão, buscando novas alternativas para os cuidados na Saúde.
“Mantivemos o tema central do ano passado, que é Saúde Digital para todos. Uma tendência que estamos vendo claramente, e que a pandemia reforçou, é que as pessoas preferem ser cuidadas diretamente de seus domicílios. Acho que esse tema é desafiador, estamos trabalhando para trazer o sistema público para dentro do Global Summit. No ano passado, tivemos a presença do Ministério da Saúde e de algumas de suas Secretarias, e este ano queremos ampliar essa presença. O evento se dispõe a ser um espaço para gerar não somente evoluções do ponto de vista do conhecimento e da prática, mas também dos negócios”, manifestou Fernandes.
Desenvolvimento contínuo
Em seguida, um dos palestrantes internacionais já confirmados para esta quinta edição, o cardiologista alemão Andreas Keck – profissional com vasta experiência em Saúde Digital e criador do Strategy Institute for Digital Health (SYTE), que há anos atua em negócios voltados à pesquisa e qualificação profissional na área – apresentou um panorama. Para ele, é imprescindível que as pessoas tenham percepção do tanto que a Saúde Digital tem se desenvolvido.
De acordo com o especialista, os médicos podem ser divididos em cinco categorias no âmbito da Saúde Digital: gerentes, desenvolvedores de negócios, cientistas, céticos e entusiastas – sendo que este é o único que consegue adentrar completamente o contexto da área como um todo. Como os profissionais possuem diferentes objetivos e formas de utilizar a Saúde Digital, é preciso começar a incorporar a tecnologia em suas rotinas de um jeito mais simplificado.
Uma dessas possibilidades é o desenvolvimento de aplicativos que os pacientes possam utilizar de forma abrangente, colocando sintomas, pontuando escalas de dor e fornecendo um panorama geral de seus quadros – de modo que o médico pode analisar cada situação e ter uma visão geral, conversando depois com os pacientes e decidindo a forma de tratá-los. O problema é que quanto mais aplicativos existirem, mais dados os médicos terão que lidar.
“Só na Europa, os investimentos nesta área irão de 500 milhões de euros, em 2020, para 4 bilhões em 2030, o que representa um crescimento contínuo de 35%. Além disso, na Europa a Telemedicina é muito necessária, uma vez que a sua população está envelhecendo muito rapidamente, além de ocorrer falta de médicos e de enfermeiros. Se pararmos para analisar, os médicos europeus, atualmente, têm cerca de 50 anos de idade”, explicou.
Segundo Keck, há duas maneiras de liderar o contexto da Saúde Digital, por meio da inovação ou da competição: “Ao focar em inovação, é preciso uma estrutura realmente diferente das demais. Ao querer ser uma liderança competitiva, caso de grande parte das empresas, é preciso conhecer muito bem os seus concorrentes, suas estruturas e fraquezas, e a comunicação tem que ser a chave de tudo. Isso é fácil de entender, mas não é fácil de interpretar. Estou muito ansioso para ver todos vocês no Global Summit em novembro”, finalizou.
Texto: Julia Rohrer
Fotos: Marina Bustos