Os delegados da Associação Paulista de Medicina aprovaram a previsão orçamentária para 2023 por unanimidade, em Assembleia realizada no último sábado, 19 de novembro, na sede da entidade. Também foram aprovadas por unanimidade as atas das Assembleias de Delegados Ordinária e Extraordinária, realizadas em abril.
O presidente da Assembleia de Delegados da APM, Walter Manna Albertoni, conduziu a sessão, secretariado pelos delegados Miguel Lia Tedde e Ivone Minhoto Meinão. O 1º vice-presidente da Associação, João Sobreira de Moura Neto, também esteve à mesa solene. Ele deu as boas-vindas e agradeceu a presença de todos: “A Assembleia de Delegados é nosso órgão máximo, e essa casa é de vocês”.
O diretor de Patrimônio e Finanças da APM, Lacildes Rovella Júnior, apresentou a previsão orçamentária aos delegados, ressaltando que toda vez que vai fazê-lo se lembra da primeira, e que a cada ano sente o mesmo “frio” na barriga. “Esta previsão é feita por toda a equipe financeira em cima dos valores estimados de receitas e investimentos, e a aprovação depende de vocês, que são o órgão máximo”, iniciou.
De acordo com ele, 2023 será um ano de transição, em que não temos muita ideia do que vai acontecer. Por conta disso, o valor da contribuição associativa referente à APM Estadual será mantido sem reajuste. “O que sempre norteou nosso trabalho na APM foi gastar menos do que se arrecada. Até hoje conseguimos cumprir, mas para o ano que vem a situação está mais complicada. O número de associados cai ano a ano, e a contribuição associativa ainda é a principal receita da instituição.”
Por este motivo, Rovella também ressaltou a busca por outras fontes de receita para a Associação – a exemplo do edifício residencial, em operação desde 2018; a transformação do clube de campo em Hotel Fazenda; a criação do Instituto de Ensino Superior da APM; e a alavancagem do plano de saúde.
“Em 2022, a proporção entre despesas e receitas ficará em torno de 86%, e a expectativa para o próximo ano é de 90%. Não queremos lançar mão das receitas de investimentos”, complementou o diretor de Patrimônio e Finanças. Ele também disse que a entidade está realizando um trabalho forte junto aos acadêmicos de Medicina, para formar nova base de associados.
O diretor Administrativo e adjunto de Patrimônio e Finanças da APM, Florisval Meinão, destacou que a previsão orçamentária é levada muito a sério: “Levamos algumas semanas nesse trabalho, calculando item por item. E nossa equipe administrativa e financeira acompanha os gastos durante todo o ano, de forma a corrigir eventuais desvios. Nossa previsão não é somente algo pro forma”.
Ainda segundo Meinão, apesar da pandemia nos últimos dois anos, a Diretoria da Associação conseguiu reduzir as despesas e manter o superávit. “Sempre tivemos a intenção de manter a diferença entre receitas e despesas em 20%, mas neste ano só conseguimos em torno de 10%, por conta das perdas de arrecadações. É um superávit um pouco menor, mas ainda existente.”
Albertorni enfatizou que a forma de administração da APM é muito diferente mesmo. “Há um cuidado muito grande com o orçamento. Em um ano em que a inflação voltou, é louvável manter as despesas contidas e a contribuição associativa sem reajuste. A visão administrativa dessa Diretoria é importantíssima, e ano a ano a boa administração tem sido mantida.”
Projetos importantes
Antes do encerramento da Assembleia, Florisval Meinão relembrou as medidas que estão sendo tomadas para fazer frente à perda de arrecadação, a exemplo da alavancagem do plano de saúde, do IESAPM e do Hotel Fazenda APM. “Nosso clube de campo era muito frequentado no passado, de forma que as despesas e receitas se equilibravam. Entretanto, com o passar dos anos, o déficit aumentou muito, chegando a quase três milhões por ano.”
A ocupação das hospedagens não chegava a 15% ao mês, e as estruturas de quase 40 anos estavam se deteriorando, precisando de manutenção. “Há algum tempo nosso Conselho Fiscal estava cobrando uma solução, e eis que veio o projeto de curto prazo, de transformação no Hotel Fazenda. Após a adequação das estruturas e dos recursos humanos, já está funcionando e o déficit foi reduzido”, esclareceu.
A segunda proposta, de acordo com o ex-diretor, é a construção de um resort, na área do antigo camping do Hotel Fazenda: “Já fizemos o estudo de viabilidade e o projeto de construção, integrado com a natureza, contemplando um centro de convenções e unidades habitacionais. O empreendimento tem custo avaliado entre 120 e 150 milhões, mas a APM não vai colocar um centavo. A intenção é que ela ceda o terreno, tendo parte do resultado final, e que a construção seja viabilizada por investidores, no modelo de multipropriedade”.
Meinão ainda informou que a intenção é desmembrar a área para começar a trabalhar nas aprovações ambientais e captação de investidores. “A previsão do projeto é em torno de 5 anos. E queremos incluir o custo de reforma do Hotel Fazenda, para depois termos uma operação única, com uma das grandes bandeiras hoteleiras do País. Não existe nenhum resort com essas características tão perto da cidade de São Paulo, que é o maior mercado turístico do País”, finalizou.
Fotos: BBustos Fotografia