Primeira região do cérebro afetada pelo Alzheimer é identificada

Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), cm Portugal, identificou uma região cerebral que apresenta “potencial de alteração precoce por Alzheimer”, doença neurodegenerativa que leva à perda de memória.

O que diz a mídia

Um estudo realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), cm Portugal, identificou uma região cerebral que apresenta “potencial de alteração precoce por Alzheimer”, doença neurodegenerativa que leva à perda de memória.

Conhecida como cíngulo posterior, a zona cerebral, em fases iniciais da doença, apresentou, segundo a pesquisa, “inflamação neuro- nal, acumulação de amiloi- de (proteína anormal geralmente produzida na medula óssea) e atividade neuro- nal aparentemente compensatória”.

“A descoberta pode ter implicações muito relevantes em termos de terapias futuras, dado que identifica, com clareza, um alvo cerebral de alteração precoce, implicado na perda de memória, que pode ser estudado diretamente e de forma focada em novos ensaios terapêuticos”, informaram os pesquisadores da Universidade de Coimbra, em comunicado.

TERAPIAS

Miguel Castelo-Branco, da Faculdade de Medicina, um dos coordenadores do estudo, explica que a descoberta “abre caminho parao desenvolvimento e teste de terapias direcionadas à redução da neuroinflamação na doença de Alzheimer”.

—A região identificada é crítica, pois serve de pivô em processos de memória de curto e longo prazo, que sabemos estarem crucialmente afetados na doença de Alzheimer —destacou o pesquisador da FMUC.
O estudo incluiu a participação de pacientes “em fases muito iniciais da doença de Alzheimer e pessoas saudáveis com as mesmas características socio- demográficas”.

Para o estudo, os cientistas utilizaram “um conjunto de técnicas avançadas de imagem funcional e cerebral”, como a ressonância magnética funcional, “para medir a atividade cerebral em tarefas de memória”.

Embora ainda não exista cura para o Alzheimer, quanto antes o quadro é identificado, melhor é o controle dos sintomas e mais lenta é a evolução da neurodegeneração. Geralmente essa forma de demência é confirmada pelos médicos por meio da avaliação clínica somente após o surgimento dos sinais. Porém, isso pode acontecer até 20 anos após o início da doença.

Fonte: O Globo