O Conselho Brasileiro de Oftalmologia foi a 16ª especialidade a se reunir com a Associação Paulista de Medicina, na última terça-feira (26), a fim de estreitar laços e planejar ações conjuntas entre as entidades. Representaram o CBO seu presidente, Cristiano Caixeta Umbelino, a coordenadora da Comissão de Ensino, Maria Auxiliadora Monteiro Frazão, e o ex-presidente Paulo Augusto de Arruda Melo. Eles foram recebidos pelo presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, e pelo diretor de Defesa Profissional, Marun David Cury, que participou virtualmente do encontro.
Amaral iniciou a reunião esclarecendo as alterações recentes no Regimento do Conselho Científico e no Regulamento dos Departamentos Científicos, de forma que agora as próprias sociedades de especialidades indicam dois representantes dentro do quadro associativo da APM, que são apenas referendados pela Diretoria da Associação. “Nunca tivemos conflitos, mas representantes desalinhados com suas especialidades poderiam vir a ser uma questão com as sociedades, o que não desejamos neste trabalho conjunto do movimento associativo. Por isso, estamos refazendo os contratos de convênio.”
Em seguida, o presidente apresentou um pouco da história, serviços e benefícios da entidade, destacando inclusive o novo serviço de conciergeria para planos de saúde. “Não conseguimos fazer com que todos os especialistas do estado de São Paulo se interessem em ser associados da APM, mas queremos que todos se sintam representados pela nossa instituição”, complementou Amaral.
Marun Cury falou sobre as atividades da Defesa Profissional e a necessidade de união da classe médica, de forma a enfrentar os problemas e dificuldades que surgem todos os anos: “Podemos abrir caminhos para as sociedades de especialidades em relação às operadoras de planos de saúde, secretarias municipais e estaduais, Ministério Público e outros. Em quase 11 anos de trabalho, desenvolvemos parcerias com diversos segmentos, para defender os médicos e a assistência de qualidade à população”.
Sinergia
O presidente do CBO ressaltou a felicidade em poder conhecer de perto a APM, de quem já tinha ouvido falar bastante. “Com certeza temos muitos pontos de sinergia a serem conversados no futuro. Vejo com muito bons olhos esta conversa e queremos trabalhar cada vez mais juntos.” De acordo com Umbelino, a classe médica perde muito por ser reativa, e não propositiva, e acaba assistindo a evolução da Medicina acontecer.
O oftalmologista ainda destacou algumas ações que estão em andamento pelo Conselho, como um censo dos especialistas: “De acordo com a última demografia médica, temos cerca de 15 mil oftalmologistas no Brasil, mas refinando a análise chegamos a um número superior a 20 mil. Com o trabalho no Observatório CBO de Saúde Ocular, também estamos avaliando o vazio assistencial em relação à geolocalização. Temos atualmente 80% da população atendida pela especialidade, em 30% dos municípios brasileiros”.
O excesso de faculdades e de vagas em Medicina e a fixação de profissionais em áreas remotas também foram debatidos no encontro. José Luiz Amaral e Maria Auxiliadora Frazão citaram os exemplos de Taiwan e do Canadá, onde há rotação de médicos em determinadas localidades e controle da quantidade de vagas nas faculdades e programas de especialização, de acordo com as demandas de Saúde da população. Paulo Augusto Melo complementou dizendo que a Telemedicina abre uma porta enorme neste sentido.
Por fim, os representantes do CBO conheceram a estrutura física da APM, como os auditórios e demais espaços para eventos, o estúdio de gravação de aulas, as instalações do Instituto de Ensino Superior da Associação, os espaços culturais (Pinacoteca, Museu de História da Medicina e Biblioteca) e o edifício residencial anexo à sede.
Fotos: Marina Bustos
