Mulheres são mais propensas a ter Covid longa

Sintomas duradouros da doença no sexo feminino incluem problemas neurológicos, cutâneos e de humor. Imunidade mais robusta delas protege melhor da infecção inicial mas tende a prolongar resposta do corpo.

O que diz a mídia

Sintomas duradouros da doença no sexo feminino incluem problemas neurológicos, cutâneos e de humor. Imunidade mais robusta delas protege melhor da infecção inicial mas tende a prolongar resposta do corpo.

Mulheres são significativamente mais propensas a terem Covid longa do que homens. E o que aponta um estudo divulgado na revista científica Current Medicai Research and Opinion. Além disso, os sintomas são “substancialmente diferentes” entre os sexos, disseram os cientistas.

O trabalho foi conduzido por pesquisadores do Johnson & Johnson Office of the Chief Medicai Officer Health of Women Team. um grupo de pesquisa associado à farmacêutica que costuma investigar a segurança dos produtos desenvolvido pela marca.

A Covid longa é uma síndrome na qual as complicações da doença persistem por mais de quatro semanas após a da infecção pelocoro- navirus, às vezes por muitos meses. Estudos estimam que 10 a 30% das pessoas com diagnóstico positivo, mesmo aquelas que desenvolveram apenas quadros leves, relatam problemas duradouros ou novos nos meses apósofimda doença.

SINTOMAS VARIADOS

Para o estudo, foram analisados os dados de saúde de 1,3 milhão de pacientes. Os pesquisadores notaram que as mulheres são mais propensas a desenvolver a sín- drome. Elas apresentam uma variedade de sintomas, incluindo problemas de ouvido, nariz e garganta, distúrbios do humor, neurológicos, cutâneos, gastrointestinais e reumatológicos, assim como o cansaço. Já os homens têm mais chance de apresentarem distúrbios endócrinos, como diabetes e problemas renais.

“As diferenças na função do sistema imunológico entre mulheres e homens podem ser um importante fator de diferenças sexuais na Covid longa. As mulheres montam respostas imunes inatas e adaptativas mais rápidas e robustas, que podem protegê-las da infecção inicial e da gravidade. No entanto, essa mesma diferença pode tornar o sexo feminino mais vulnerável a doenças au- toimunes prolongadas”, escreveram os cientistas que assinam o estudo.

Ao analisar as sequelas da infecção pela Covid-19 e os sintomas da Covid longa, os pesquisadores observaram que as pacientes do sexo feminino eram muito mais propensas a apresentar transtornos de humor, como depressão, problemas no ouvido, nariz e garganta, dor musculoesquelética e sintomas respiratórios.

“Nossas revisões de literatura de pesquisas iniciais publicadas descobriram diferenças entre os sexos nas sequelas precoces de Covid-19 e na sfndrome de Covid longa, sugerindo a oportunidade de desenvolver e implementar intervenções de prevenção e tratamento adaptadas a cada sexo. Ao fazer isso, existe o potencial de reformular a história natural da Covid-19”, concluíram os cientistas no estudo.

Embora o número de participantes da pesquisa seja grande, os autores trabalharam com um universo restrito de dados. Dos cerca de 640 mil artigos científicos analisados. apenas 35 traziam informações suficientemente detalhadas sobre diferenças entre os sexos em relação às manifestações da doença.

Fonte: O Globo