Na terça-feira, 21 de junho, a Associação Paulista de Medicina recebeu os representantes da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) para mais uma reunião com especialidades médicas. As reuniões fazem parte do cronograma de atividades do mês de junho e visam proporcionar uma conversa entre a APM e as sociedades de especialidade, para assim, entender suas principais demandas e reforçar a importância da parceria entre a classe médica.
Estiveram presentes no encontro o Presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, acompanhado dos diretores do departamento de Defesa Profissional e Científico, Marun David Cury e Paulo Manuel Pêgo Fernandes, respectivamente, além do superintendente de Estratégia e Marketing, Jorge Assumpção. Juntos, eles deram as boas-vindas à Presidente da Socesp, Ieda Biscegli Jatene; Renato Azevedo Júnior, Diretor de Relações Institucionais e Governamentais; e Carlos Gun, Diretor de Qualidade Assistencial da instituição.
Iniciando a apresentação, Marun demonstrou que, em determinados momentos, as sociedades de especialidade podem não estar a par de todos os benefícios proporcionados pela APM, o que acaba prejudicando a comunicação entre as instituições. O diretor de Defesa Profissional reforçou a necessidade de diálogo e indicou as principais reformulações realizadas pela Associação Paulista de Medicina nos últimos tempos – como por exemplo, investimentos na sede campestre e nas Regionais.
Neste sentido, o superintendente de Estratégia e Marketing, Jorge Assumpção, aproveitou para realizar uma apresentação da estrutura da APM, pontuando os principais serviços e benefícios disponibilizados pela Associação a fim de proporcionar uma experiência eficaz aos médicos associados. Além disso, também foi dado destaque aos demais empreendimentos da instituição, como o Residencial, IESAPM (Instituto de Ensino Superior) e o atual Hotel Fazenda.
Importância da especialidade
Assumindo a palavra, o Presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral, relembrou que as sociedades de especialidade sempre tiveram um alinhamento muito próximo com a APM, uma vez que, inicialmente, os seus respectivos departamentos foram desenvolvidos dentro da entidade. Todavia, após crescerem e ganharem força, saíram da instituição e acabaram se tornando sociedades próprias, causando um inevitável afastamento entre elas.
“Dessa forma, o antigo estatuto passou a não ser mais seguido, visto que ele permitia haver um representante da especialidade dentro do departamento Científico da APM e outro na sociedade de especialidade em si, o que não fazia sentido, uma vez que pode causar divergências. Por isso, repensamos o nosso estatuto e através de um convênio de parceria, ficou designado que a própria especialidade, no caso da Cardiologia, a Socesp, é quem vai nos indicar quem eles gostariam de ter como representantes aqui dentro da Associação Paulista de Medicina”, explicou.
De acordo com Amaral, outra preocupação se diz a respeito ao posicionamento da APM sobre assuntos que afetam diretamente as especialidades médicas, demonstrando que a parceria com cada uma delas é muito importante no sentido de poder representá-las conforme as suas políticas e ideais.
“Essa representação precisa vir de um médico que está dentro da sociedade de especialidade já que nós vamos representar a opinião da Socesp no geral e não de grupos individuais. Além disso, ao unir a Sociedade com a Associação Paulista de Medicina, nós ampliamos muito o nosso poder de negociação, desenvolvemos prestígio e os nomes que estão nas sociedades envolvidas passam a ganhar destaque”, pontuou.
Parecer da Socesp
A Presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, Ieda Biscegli Jatene, salientou que a Socesp tem um grande interesse em estreitar a parceria com a APM, de modo que ambas as sociedades estejam alinhadas à frente de tudo que foi discutido durante a reunião. Para Ieda, além dos encontros privados com as especialidades, também é fundamental que aconteçam reuniões em que todas elas, juntas, possam estar presentes.
“A partir do momento em que se fala para um número maior de pessoas que têm um poder de tomada de decisões, você fortalece os seus argumentos e o seu apoio. É importante lembrar que não é todo mundo que tem conhecimento dos contratempos que estão sendo discutidos aqui, então precisamos ter uma fala nivelada, que coloque todos nós no mesmo patamar, para assim, podermos partir em busca de algum resultado”, demonstrou.
Durante a conversa, um dos temas abordados pelos especialistas – e que constantemente vem surgindo como pauta das reuniões com as especialidades – foi a necessidade de recuperar a ascensão do jovem médico no movimento associativo, simultaneamente à urgência de englobar médicos de todo o País nesta iniciativa, visto que em determinados estados a adesão é baixíssima e preocupa os médicos no sentido de não saberem os rumos que a profissão pode tomar nos próximos anos.
Ieda Biscegli Jatene explicou que é necessário entender que São Paulo é um grande polo de decisões e que se as sociedades de especialidade de outros estados se inspirassem em seus modelos associativos, os resultados seriam promissores. Para a cardiologista, é necessário corroborar com a ideia de que as sociedades paulistas não estão tentando ofuscar as demais, mas sim, buscando uma parceria e um alinhamento entre elas para a melhor prática da Medicina e da defesa de seus interesses.
“O modelo que dá certo em São Paulo é o mesmo que vai dar certo no restante do Brasil por conta de sua organização e pelo fato de congregar muito mais associados que o restante do País. Essa ideia de rivalidade entre os estados é algo muito ruim, porque não é uma competição. Por isso que eu acho que é muito importante resgatar as pessoas e apresentar o trabalho que é feito pela APM em conjunto das sociedades de especialidade, pois assim poderemos contribuir de forma muito mais ampla e fazer a nossa parceria efetivamente”, evidenciou.
José Luiz Gomes do Amaral encerrou a discussão reforçando a necessidade de trazer um ensino médico de qualidade e indicando que essa é uma das principais maneiras de fortalecer o movimento associativo. Dessa maneira, o Presidente da APM enalteceu os trabalhos que têm sido feitos no IESAPM, relembrando que mesmo diante de todas as dificuldades enfrentadas durante a pandemia de coronavírus, o Instituto se manteve fortalecido e preparado para fornecer suporte aos seus estudantes.
Fotos: Marina Bustos