A importância de manter a vacinação das crianças em dia

Os pediatras e os infectologistas sempre destacam a importância de seguir à risca o calendário de vacinação dos nossos filhos, a fim de protegê-los das doenças que podem ser evitadas pela imunização.

O que diz a mídia

Os pediatras e os infectologistas sempre destacam a importância de seguir à risca o calendário de vacinação dos nossos filhos, a fim de protegê-los das doenças que podem ser evitadas pela imunização.

Mas desde 2015 o Brasil vem enfrentando uma queda nos índices de imunização das crianças para a maioria das doenças1, entre elas a poliomielite, e o ressurgimento de doenças que já tinham sido eliminadas, como o sarampo, por exemplo2. Se em 2013 praticamente todas as crianças elegíveis foram vacinadas contra a paralisia infantil, ano passado esse número desabou para 67,58%3.

Essa redução ocorreu com a maioria das vacinas que são imprescindíveis nos primeiros anos de vida do bebê, como a BCG, que protege contra a tuberculose; a tríplice viral, contra o sarampo, a rubéola e a caxumba; e a da meningite C, só para citar alguns exemplos.4 E quando se pensa nos prematuros, aqueles bebês que nasceram antes das 37 semanas de gestação, a imunização no tempo certo é imprescindível, já que eles fazem parte de um grupo de recém-nascidos que é ainda mais vulnerável às infecções.5 “Esses bebês estão com o seu sistema imunológico imaturo, em desenvolvimento.

E, como passaram menos tempo no útero materno, receberam menos anticorpos da mãe do que aqueles bebês que nascem a termo”, explica a neonatologista Lílian Sadeck, que é diretora da Sociedade Brasileira de Pediatria. “Mas o que a gente verifica é que muitas vezes a vacinação dos bebês prematuros, que deve ser feita na mesma idade cronológica dos bebês nascidos ‘no tempo certo’, tem uma defasagem. E tem vários fatores para esse atraso; um deles é ficar com ‘pena’ do bebê, que ainda está com pouco peso e tem que ir ao posto de saúde receber várias injeções. Mas a gente tem conseguido melhorar esse esquema vacinal”, completa.

A incorporação pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde das vacinas combinadas, aquelas que oferecem proteção para mais de uma doença com a aplicação de uma única injeção, pode ajudar os pais de prematuros nessa tarefa de proteger seus filhos, avalia.

Os Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) disponibilizam esses imunizantes aos bebês prematuros extremos, aqueles que nasceram com menos de 1 kg ou com até 31 semanas de gestação6. O objetivo foi tornar a vacinação menos dolorosa e com menos reações para esse bebê.7 Assim, os prematuros podem ser protegidos de até seis doenças, entre elas a poliomielite e a coqueluche, tomando uma só injeção.

“Essas vacinas especiais também são acelulares, ou seja, são compostas apenas pelas proteínas responsáveis por gerar a resposta imunológica e não por células inteiras, fazendo com que seus efeitos colaterais sejam menores”, explica a pediatra e infectologista Ana Paula Burian, presidente da regional do Espírito Santo da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ela mesma mãe de gêmeos que nasceram prematuros com 36 semanas.

A médica lembra que todas as vacinas usadas pelo Ministério da Saúde são “imunogênicas, confiáveis e seguras” e ressalta que é importante que as famílias de prematuros saibam que o SUS oferece esse imunizante a esse grupo específico de bebês. “A gente pode ter no interior, longe da capital, mães que não sabem que têm direito às vacinas combinadas.Se o vacinador não tiver essa informação, a mãe pode contactar a Secretaria de Saúde, que é quem faz o pedido dessa vacina para toda a cidade”, explica.

Vacinação contra a poliomielite O esquema vacinal contra a poliomielite contempla cinco doses de vacina, tanto para os prematuros quanto para aos bebês que nascem a termo. Os prematuros sempre receberam as três primeiras doses do imunizante injetável de vírus inativado, a vacina inativada da poliomielite (VIP), aos 2, 4 e 6 meses de idade.

Desde 2016, os bebês nascidos a termo também recebem as três primeiras doses da VIP. Já as duas doses de reforço, que são dadas entre 15 e 18 meses e entre 4 e 5 anos de idade, podem ser tanto a vacina oral – a ‘gotinha’ (Sabin) – ou a injetável9. A SBIm recomenda que todas as doses ofertadas sejam da vacina inativada sempre que possível, de acordo com uma recomendação da Organização Mundial da Saúde 10.

Fonte: O Estado de S.Paulo