Na última quinta-feira, 12 de maio, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH) – mantido pela Associação Paulista de Medicina – realizou o segundo encontro do ano com os hospitais selados. Com transmissão on-line pela plataforma Zoom, o tema apresentado foi “Comunicação com as partes interessadas: como promover melhorias”, por Luiz Carlos Silva, farmacêutico e bioquímico e Tenente Coronel Farmacêutico no Hospital da Força Aérea de São Paulo (HFASP).
“O especialista convidado desta reunião possui muito conhecimento nas atividades do Programa CQH e, certamente, será uma oportunidade de trocarmos informações para a atualização e melhorias de nossos hospitais”, ressaltou o moderador da reunião, Eduardo D’Aguiar, presidente da Associação Brasileira de Medicina Preventiva e Administração (Abrampas).
Com o objetivo de apresentar aos representantes dos hospitais selados algumas das atividades relacionadas ao processo de comunicação com as partes interessadas, o palestrante deu início à exposição explicando o conceito da comunicação empresarial e hospitalar. Segundo ele, a definição de comunicação empresarial está baseada em um conjunto integrado de ações, estratégias, planos, políticas e produtos planejados e desenvolvidos por uma organização, que tem como intuito estabelecer a relação sistemática com todos os seus públicos de interesse.
“As partes interessadas (stakeholders) são pessoas ou organizações que podem afetar ou serem afetadas por uma decisão ou atividade, são aquelas que fornecem risco significativo para a sustentabilidade organizacional caso suas necessidades e expectativas não sejam atingidas. Desta forma, as organizações definem quais resultados são necessários às partes interessadas para reduzir esse risco”, destacou Silva.
Voltando a apresentar projetos do HFASP, ele salienta que, para a organização, a principal missão é prestar serviços de excelência em Saúde nas dimensões assistenciais, periciais e operacionais. Todas essas ações precisam estar de acordo com as diretrizes do Comando da Aeronáutica de forma humanizada, segura e sustentável, buscando ser referência na prestação de serviços de excelência em Saúde no âmbito do Ministério da Defesa.
Ações e resultados
No cenário histórico, a trajetória do Sistema de Saúde da Aeronáutica se inicia nos anos 1940, com a criação do quadro de Saúde e da Divisão de Saúde da diretoria da Aeronáutica. A partir dos anos 2000, a alta sinistralidade ameaça a sustentabilidade do programa e, desde 2020, tem sido necessária grande transformação do modelo de atenção à Saúde.
O palestrante salientou que, na aeronáutica, de acordo com as premissas estabelecidas pelo Comando-Geral do Pessoal (COMGEP), o incremento da satisfação dos benefícios em relação ao sistema de saúde deve estar sempre estar voltado para a qualidade. Já em sustentabilidade, o objetivo está relacionado à melhoria contínua dos processos que suportam o Sistema de Saúde da Aeronáutica (SISAU), com o intuito de gerar economia de meios e recursos.
“Existe um alinhamento muito grande entre o COMGEP e o CQH dentro dessa reestruturação, e no novo modelo de governança, levamos em consideração a implementação da atenção integral à Saúde, através de uma rede de atenção em que a gestão será focada nos processos e resultados. Com a reestruturação, passamos a integrar todas as organizações de Saúde da Aeronáutica. O principal objetivo deste projeto é conseguir atender nossa carteira de clientes. Para isso, temos que sair da situação passiva em que estamos e buscarmos novas ações para prestar atendimento aos que precisam”, complementou.
Sobre a comunicação com o sistema de Saúde, o tenente coronel explicou que estão sendo realizadas videoconferências com grande parte das organizações de Saúde da Aeronáutica, para discussão de pautas e alinhamento de determinados pontos. “A atividade de saúde militar requer daqueles que a ela se dedicam a percepção de estarem preparados continuamente. É a única área que nunca experimentou um tempo de paz”, finalizou Silva.
“Com esta aula, aprendemos a conversar com as várias áreas, cada uma com sua linguagem, entendimento e, diante disso, entendemos que o HFASP procurou se adaptar para cada uma das partes interessadas, o que acaba nos trazendo um enorme conhecimento sobre o tema para outras organizações”, complementou o presidente da Abrampas.